Sombras da Meia-Noite - Capítulo Sete

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Os dois Anciãos acompanham os Tremére sorrateiramente. Os instintos aguçados de Milena e Ricardo rastreavam o descampado à frente. Com a ofuscação de Clóvis, os quatro vampiros não eram notados, nem por humanos, nem mesmo por vampiros. Com a rapidez de um raio e a agilidade dos felinos, Sheyla procura a entrada do esconderijo no terreno abandonado. Ricardo sente com o tato uma parte do chão irregular.

— Milena, acho que encontrei.



O sussurro de Ricardo foi tão inaudível que apenas a audição aguçada de Milena pode ouvir. Os dois auspícios observam o local e percebem que o chão está praticamente rachado.

— É uma abertura? pergunta Ricardo.

— Sim, uma abertura que eu mesma fiz.

— Podemos reabri-la?

— Claro que sim. Vamos cair na sala central dos Malkavian.

Sheyla alisa o chão.

— Eu vou adorar fazer isso!

Sheyla ergue o braço e, com o muque fechado, dá um soco no local, com sua potência ampliada, causando uma abertura e deixando cair os pedaços do que seria o teto da sala branca. Os quatro vampiros se jogam lá dentro, caindo exatamente no centro do círculo de vampiros. Lázarus olha para eles, sem muita surpresa no olhar.

— Senti a presença de vocês...

— E daí? — Sheyla não estava para conversa. — Resta saber se você é páreo para nós quatro. Detesto lutar com crianças!

— Vocês estão em meu território!

Milena voa para cima de Làzarus e os Malkavian se agitam.

— E eu vim buscar o que é meu!

Clóvis se transforma em fera. Sua voz é um rugido.

— Estamos prontos para estraçalhá-los se não cooperarem. E pouco me importa se o território é seu ou não.

— É. — Sheyla apóia o Nosferatu. — Se estiverem mortos, não vai ter ninguém pra nos ameaçar na Camarilla.

Milena sente o cheiro de seu pai.

— Ricardo, pegue meu pai e o leve. Vamos ver o que os Malkavianos podem fazer.

Ricardo corre para o lado do pai de Milena, e alguns Malkavianos o enfrentam e ele os recebe com a garra e a força de sua geração. Alguns golpes os deixam impressionados, e enfraquecidos. Sua senhora e futura esposa, Milena, o ensinou a usar seus poderes. Ainda não sabia lutar muito bem, mas podia energizar sua mão com um feitiço. A cada toque seu, Ricardo praticamente sugava as energias de seus adversários, que caíam, como mortos, para depois se recuperarem e voltarem a enfrentá-lo. A luta começa, a sala subterrânea entra em guerra. Com sua força imensa e sua grande capacidade de lutar sem se cansar, Sheyla derruba muitos subordinados de Lázarus, pelo sangue fraco. Seus movimentos rápidos os deixam bastante confusos, mesmo sendo auspícios, não conseguem acompanhá-la. A cada golpe, os desnorteia, mudando o tempo todo de lugar tão rapidamente quanto um relâmpago. Os atingia em cheio e os deixava como loucos, procurando por ela. O Nosferatu Clóvis é perfeito em suas habilidades, ofuscando os olhares perscrutadores deles. Sua força é inigualável, ele usa até mesmo o medo dos seus inimigos como aliado, em sua forma pitoresca. Com suas mãos, poderia simplesmente estraçalhá-los, mas Milena ordenou que não o fizesse. Teriam de lutar, sem deixar marcas nos vampiros. Todos estavam devidamente ocupados. À Milena, restou o Ancilla Lázarus.

Os dois auspícios lutam, mas é praticamente impossível enganarem-se, seus olhos estudam cada movimento. Lázarus tenta ofuscá-la com seu poder, mas Milena sempre o encontra.

— Posso lutar com você de olhos vendados, apenas sentindo o seu cheiro podre de Malkavian!


O Ancilla não responde, e continua a ofuscá-la, mas é sempre encontrado por uma mão, a mão de Milena, que o arrebata de um vôo, deixando-o cair no chão. Sua Taumaturgia a confere poderes incríveis. Até mesmo sua força é multiplicada e seus feitiços o deixam em alerta. Ele tentou usar Demência nela, mas ela cortava o contato visual com ele, e usava seus outros sentidos aguçados para atingi-lo.

Do outro lado da sala, Ricardo luta derrubando alguns vampiros, e chega à sala onde o pai de Milena está escondido. Derruba a porta com os pés e se aproxima do vampiro, encostado ao canto do cubículo.

— O que estão fazendo?!

O pai de Milena não entende a briga do lado de fora.

— O que estão fazendo com meu senhor?

— Pode ter certeza, Criança da Noite, que seu senhor já era. Vamos.

— Quem é você?

— Não importa. Sou amigo.

Ricardo segura o homem pelo colarinho e sai da sala, voltando à balbúrdia da sala principal. Do outro lado, Milena vê seu pai com Ricardo, dá uma ordem psíquica e Clóvis e Sheyla param de brigar.

— Vamos embora.

— Vocês não podem vir aqui, invadir meu clã e levar minha Criança da Noite, saindo como se nada tivesse acontecido!

Sheyla e Clóvis voam, saindo pela abertura. Ricardo, segurando o vampiro capturado, também sai. Milena seguindo-os vira-se para Lázarus.

— É claro que podemos. Por um acaso, vai reclamar sua Criança da Noite à Camarilla? E receber as penas por esconder um vampiro do Dark World? Eu acho que não. Tchauzinho.

Milena, suspensa no ar, abre as mãos de sangue espalmadas para a sala.

— Luvs lofta blant von thar placs... - As partes quebradas voltem ao seu normal... -

— Não! — Lázarus desespera-se.

— Paranã-Pukana!

Milena sai, deixando uma sala vazia, o reboco voltando ao teto com sua saída, tudo o que fora quebrado volta aos seus lugares, os Malkavianos espalhados, fracos, se recuperando, deixando Lázarus em polvorosa, com sede de morte. Com tudo de volta aos seus lugares por um feitiço de Milena, não poderia provar que seu clã fora invadido.

— Zían! - Maldição! -



Voltar ao Capítulo Seis     -       Continua...

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