O Leão, O Cordeiro e A Livraria - Capítulo Um

Atenção: Esta história pertence à primeira temporada das Crônicas de Forks, e trata-se do gênero Fanfiction, uma ficção dentro do universo de uma história pre-existente. Neste caso, da Saga Crepúsculo. Esta é a  primeira história da primeira temporada. Para conhecer as demais histórias, num índice completo, clique AQUI.




Eu estava super feliz. Fazia muito tempo que eu não conseguia um emprego, e finalmente, lá estava eu. Era uma livraria muito charmosa, no centro de Londres. Eu gostava do estilo. Muito bonita, com térreo e primeiro andar de estantes. Estava abarrotada de livros novos e antigos. Também servia como biblioteca, muita gente ia lá para ler um pouco, tomar um café.

A dona era uma senhora muito boa. Tinha uma aparência amável, e fazia de tudo para que eu me sentisse bem. 


"Você quer um café?"

"Não, obrigada."

"Um chá?"

Eu sorri. "Não, estou bem."

"Se quiser ler alguma coisa de seu interesse, é só pegar. Só quero que seja bem atenciosa com os clientes da livraria, está bem?"

"Sim, claro!"

Eu peguei os exemplares de Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer para dar uma lida. Eu era fã de todos eles. De vez em quando, a sra. Poppins aparecia para ver se eu estava precisando de alguma coisa. Muito atenciosa.

No fim do meu primeiro dia de trabalho, ela me abordou.

"Gostei muito de você, menina."

"Puxa, obrigada!"

"Sim... e eu gostaria que você ficasse muito à vontade em meu estabelecimento. Mas eu quero te dar um presente, antes que você vá para casa."

"Sra. Poppins, a senhora não precisa..."

"Mas eu quero. Bem, em primeiro lugar, você sabe quem sou eu?"

"Bem... exatamente, não. Só sei que a senhora é muito boa, e que é dona dessa livraria super legal, e também que é uma boa patroa."

Ela sorriu, um sorriso agradável e contagiante.

"Obrigada, querida, mas não, não é só isso. Eu sou mais que isso."

Ela caminhou, com seu guarda-chuva pendurado no braço. Engraçado, ela nunca tirava ele de lá...

Ela foi até uma prateleira ao fundo da loja e voltou de lá com um velho livro nas mãos. Eu o segurei e fiquei chocada. Na capa estava ela, desenhada, com aquele mesmo guarda-chuva, e seu nome "Mary Poppins" estampado.

Mais estranho ainda: a data da publicação era de 1934!

"A senhora está me dizendo que..."

"Sim querida. Eu sou exatamente esta mulher que você está vendo aí."

Ainda bem que já tÍnhamos fechado a loja. Eu não sei que reação eu teria na frente dos clientes.

"Bem, você é muito nova para saber quem eu sou. Eu sempre trabalhei como babá, nos livros. Mas eu tenho um segredo. Segredo este que explica a razão pela qual eu estou aqui, na sua frente, e não aí, dentro deste livro."

"Um segredo? Que segredo é este?"

"Um segredo mágico!" Ela falou com os olhos brilhando. E eu fiquei imediatamente curiosa.

"Mas você não deve contá-lo a ninguém!" Ela me olhou com falsa severidade e eu prometi. Ela sorriu de novo.

"O meu segredo é que eu tenho o poder de entrar e sair de qualquer obra de arte. Eu adorava entrar nas pinturas, nos quadros, e admirar a paisagem de lá de dentro... as crianças do Sr. e Sra. Banks, que eu tomava conta, adoravam passear comigo e conhecer novas paisagens."

Ela parecia estar vivendo uma lembrança muito antiga. E eu fiquei fascinada.

"Eu descobri que era personagem de um livro, então, resolvi conhecer o mundo aqui fora. Bem, e aqui estou eu!"

Oh, e era minha chefe! E queria me dar um presente!

"Que presente a senhora gostaria de me dar?"

Ela me olhou com um sorriso no canto dos lábios e um brilho nos olhos...


***


"O presente que eu tenho pra você é algo muito precioso." Ela apontou para seu guarda-chuva fora de moda.

"Um guarda-chuva?!" Ai, que coisa mais sem graça. Como rejeitar um presente desses?

"Não exatamente. É o que este guarda-chuva pode fazer. Você terá a chance de ir para qualquer universo descrito em qualquer livro que queira. Terá a oportunidade de ver, com seus próprios olhos, não como a um filme, mas como testemunha ocular, todos os acontecimentos de suas histórias preferidas. O que acha?"

Ver de pertinho todos os personagens que eu amava? Presenciar tudo o que eu sempre quis ver e somente estava na minha imaginação? Ver com detalhes como as pessoas estavam? Ouvir conversas não relatadas nos livros? Isso era infinitamente maravilhoso!

"Mas isso era tudo o que eu queria! Aposto que tem uma infinidade de gente que queria isso também!"

Os olhos dela brilharam. "Claro, criança. Mas não se esqueça: você não pode contar a ninguém!"

"Eu juro!"

"Bem, então deixe eu lhe explicar como funciona isso." Ela se aproximou de mim, com um livro qualquer na mão. "Primeiro você escolhe o livro para onde quer ir. Depois, qual o momento, naquele livro, você quer presenciar. Para isso, você tem que abrir na página correta. E depois..."

Ela sorriu misteriosamente. A curiosidade e a ansiedade estavam corroendo meu estômago.

"Depois?"

"Depois a mágica acontece!" E ela sorriu, como se tivesse dito a maior explicação do mundo. E eu fiquei com cara de quem não entendeu nada.

"Que mágica?" Achei que ela estivesse ficando louca. Era melhor eu ir para casa. Já eram seis da tarde e eu não queria demorar a ir embora.

"É aí que entra o meu guarda-chuva. Eu o abro e as coisas acontecem. Ele é mágico. Agora, para a mágica acontecer, você terá que acreditar. Senão, não funciona."

"Tá certo." Revirei os olhos. Ela percebeu, é claro.

"Se você não acreditar, criança, você não vai sair desta sala."

Eu ponderei. Não tinha ninguém olhando mesmo! Que me custaria acreditar?

"Ok. Vou acreditar. O que eu faço agora?"

"Bem, como eu disse, escolha um livro e um momento deste livro."

Eu pensei e repensei.

"Qualquer momento?"

"Sim, qualquer um. Mas tem uma coisa básica. Alguns cuidados que você deve tomar."

"Que cuidados?"

"Primeiramente, não interfira no que você vê. As conseqüências de uma interferência no curso da ação que você estará presenciando seriam catastróficas. Mudariam completamente o rumo da história. E, em segundo lugar, leve isto."

Ela me estendeu a mão e me deu um pequeno cordão de ouro com um camafeu.

"Leve isto com você, pendurado em seu pescoço. Quando você quiser voltar, aperte-o com toda a força e diga a palavra: pirécolis e pronto. Você estará aqui, na minha frente."

Coloquei o cordão no pescoço e tentei decorar a palavra: "pirécolis, pirécolis, pirécolis..."

"Você vai se lembrar, não se preocupe." ela sorriu. "E então? Preparada para fazer um teste? Sua primeira viagem ao livro?"

Respirei fundo.

"Sim!"

"Já escolheu o livro?"

"Sim. Este." Estendi a ela o exemplar de Lua Nova.

"E o momento? Abra na página."

Abri a página correta. Era um momento que eu queria ver de perto. Estendi o livro na mesa, aberto na página escolhida. A Sra. Poppins ficou ao meu lado.

"Então, boa viagem!"

Ela sorriu e abriu o guarda-chuva sobre mim. Tudo começou a rodar à minha volta. A imagem da livraria se tornou um borrão, e eu não enxergava direito. Até que tudo começou a voltar ao normal, e eu não estava mais em Londres, nem mesmo na livraria, com a Sra. Poppins.

Eu estava na Itália.


Capítulo Dois

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